Este vento nórdico que ora sopra... desperta lembranças. Ele move
moinhos, desalinha os cabelos e dispersa o pólen. Estremece a flor,
enche o mar de ondas e levanta poeira. Vento que vem e que passa, que
veleja o barco, que espalha perfumes e que traz a chuva. É
invisível, mas palpável, feito um toque afetuoso. Sinto - o, é
marcante como uma injúria e castiga como um abandono. E se o vento
fosse azul, verde ou branco? Mas não tem cor, nem brilho, nem
sombra. É liso e incedeia o sentimento. Vento que tem força,
assobia, quebra o silêncio e perturba o sossego. Não é brisa ,
qual o quê... rastilha e desfolha todo dia. Espaneja felicidade e
devassa melancolia. Ah, que vento... um imenso tudo. Sopra e açoita.
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