quinta-feira, 29 de novembro de 2012

 Em nosso tempo!

Estão sentados no jardim, unidos e felizes. Entre eles já não cabe uma brisa e a respiração de ambos é um ritmo de compassos perfeitos – existe algo belo, gêmeo, invisível talvez. Há uma amizade eterna, quase palpável – tecida pelos anos, como se fosse um tapete costurado de vivências e histórias. O tempo ainda tão jovem registra horas iguais, tique taques sem hiatos, sem ausências. Ela é princesa, menina dinamarquesa. Pouco conta, pouco fala, o olhar inundado de felicidade é que diz, expressa e cativa. Ele é menino do mundo e carrega no peito o amor por três países, por três culturas. Na grama verde, debaixo da mangueira, ela e ele tomam o mate. A cuia pequenina e redonda... a trouxeram da viagem para Buenos Aires querida. Não estão sozinhos... Hemingway acompanha-os com sua boemia. Enquanto Martha descansa as pernas no colo de Tobias, ele lê a obra em voz alta – no original – in our time. O livro é o instante, o elo que estica e eterniza o momento, como se fosse um desenho ou um quadro – o menino e ela, sentados no jardim, lendo Hemingway. 



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